11.11.2007

Encontros

E heis que arranjo coragem.
Coragem para escrever, para venerar, para recordar. Para escrever alguém que não escrevi...
Coragem para perceber o que sinto e como sinto, como dizê-lo para que possam, enfim, enteder-me e desculpar a demora. Sei que ela desculpa, e isso é que me interessa.
A falta que uma pessoa faz deve ser desoladora, mas a falta de uma companheira de uma vida, é... angustiante. Ainda a vejo, recordo. Bela e sinuosa na sua finesa leve. Na manha de comida, atenção. Na necessidade das pedras e das festas, num sofá à noite, ou na cama.
Mas não, não morreu. Está cá, bem viva, bem dentro dos meus olhos. Transborda esta segunda mãe que, de tão chegada, nunca se foi e nunca irá! Não deixo. Prendo-a em mim, na minha cama, no corredor, no puff. Todos os dias a homenageio e sorrio, porque está, porque ronronou ontem e hoje e amanhã.
Por isso, boa noite nação, boa noite Tufa, até amanhã! E não te esqueças de vir enternecida, às 7.30h, enrolar-te nas pernas, ronronar, e agradecer por, afinal, só ter dormido e não morrido.

E fechem a porta, para ela não sair!

3 comentários:

sonjo disse...

Ainda hoje ao chegar a casa depois de vos oscular, segui para a sala para acariciar a pequena. deixo a festinha dela aqui, quando a vires de novo entraga-lha! um beijo do mano sonjo

Anónimo disse...

Lindo, lindo, lindo! =)
As "coisas" só morrem se nós quisermos... elas permanecem sempre vivas na memória e no coração!

<3

babú disse...

Querida Catarina minha do meu coração:no teu discurso, que me enternece e me comove,surge mais presente a figura viva da nossa companheira!
Nas tuas palavras, os seus pêlos de veludo, os olhos de mocha sábia, a refinada petulância intolerante das suas exigências sem fim!
A porta estará sempre fechada: desta casa, nunca sairá (enquanto existirmos)a nossa gatinha para a rua fria!

Um grande abraço, amiga!
Da mãe Babá.