9.29.2007

Naturalmente

Os segundos passam, as horas passam.

Olhando para o vidro, vejo-te. Desfocada. As gotas da chuva molham a janela que nos separa. Subitamente, sinto-me na chuva também. Sinto-me ao teu lado, debaixo de ti. Fazes a chuva tão bonita.

Lembro o teu toque, o teu cheiro, a tua cor. O som do vento, quando por ti bate. Aquele som! Que me aquece a alma, acalma o coração. Esse som que celebra todo um nascimento da natureza que é tua, que é minha. De todos.

Dás-me abrigo. Dás abrigo a qualquer um e a qualquer coisa. Sem mim, não vives. Sou o teu alimento, o que te faz respirar e viver, firmemente presa ao teu mundo, que é o meu. E eu, sem ti, Não respiraria. Sem ti, não seria nada. És o meu sonho, o meu abrigo, o meu ar. Seguras o meu mundo e seguras-te a ele. Que é meu e teu.

Mas não estou perto de ti. Não te sinto, não te cheiro, não te oiço. Apenas vejo. No meio das nuvens que tapam o Sol e da chuva que limpa a alma, que sossega e conforta. E as gotas, na minha janela, vêem-te e prendem-se em ti. Seguras nelas e não as deixas cair ao chão. Sentes o seu sabor e sorris. Abrigas os pássaros e os bichos, que de ti comem. Que te consomem e usam. E tu sorris, Qual árvore imóvel. Sentes-te realizada e agradeces.

Árvore da minha janela, presa, desfocada, bonita, perfeita.





2 comentários:

sonjo disse...

ei-lo! Sim senhora! :) dá gosto ler sus escrivenhos, pena num haver mais! MAs é como se diz, num é a quantidade que importa, sim a qualidade :) mui bien
muibieu
bjus
sonjo

babú disse...

Ah... só hoje aqui o vi...mas já conhecia este belíssimo texto dedicado à nossa querida árveim, companheira nossa, das nossas flores e dos nossos céus!
Nunca uma paisagem interrompida teve tão boa causa!
À minha Taroca linda como os amores(tão rica menina me calhou na sorte ser filha minha), um beijinho muito babado da sua Babá!
=O)*+*+*!